sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

“Estejam cientes os messiânicos de que o Bem é o pensamento gerado pela Verdade, e o Belo é a forma criada pelo Bem.”

Costumo dizer que o Paraíso é o Mundo da Arte, mas isso não deixa de ser um conceito resumido. Naturalmente, o aperfeiçoamento da Arte é desejável, seja a pintura, a escultura, a música, as artes cênicas, a dança, a literatura, a arquitetura, etc.; entretanto, para se falar em paraíso, é preciso que todas as artes estejam reunidas, ou melhor, que tudo seja artístico.

Segundo o meu princípio, a solução dos sofrimentos pela Graça Divina não é outra coisa senão a magnífica Arte da Vida, isto porque a arte, na sua essência, deve satisfazer as condições da Verdade, do Bem e do Belo.

Em primeiro lugar, no sofredor não há, fundamentalmente, Verdade. O homem deve ser sadio por natureza. Quando ele perde a saúde espiritual ou material, significa que deixou de ser o que era: Verdade. Tomemos por exemplo uma jarra; se ela apresentar um defeito, perderá sua utilidade. Como objeto, nela não há Verdade se deixar vazar água, se cair quando a colocarmos em pé, ou quebrar quando tentarmos usá-la. Para que a jarra possa ser utilizada, é preciso consertá-la. O mesmo acontece com os homens. Se uma pessoa, por motivo de doença, não puder cumprir as missões para as quais foi criada, tornar-se-á inútil para a sociedade. Deverá, pois, submeter-se á reforma que vem a ser o Johrei da nossa Igreja, prece a Deus em favor de quem sofre.

A seguir, consideremos o Bem. Se não houver, no homem, nenhuma parcela de Bem e ele praticar somente o mal, também deixará de ser um homem verdadeiro: será um animal. Tal espécie de homem prejudicaria a coletividade em que vive, e precisaríamos, ao invés de condená-lo, evitar sua existência. Mas isso compete a Deus, que possui direito sobre a vida e a morte. Inúmeras pessoas tornam-se vítimas do fracasso, da doença e da pobreza; algumas chegam a perder a vida. Elas estão sendo julgadas por Deus. Entretanto, embora se fale no mal de forma genérica, existe aquele que é praticado conscientemente e aquele que é praticado inconscientemente. O sofrimento varia de acordo com essa diferença. A justiça é perfeita.

Dispenso maiores explanações sobre o Belo, por ser assunto do domínio de todos; mas, como temos dito, a condição fundamental para transformar este mundo em Paraíso está na concretização da Verdade, do Bem e do Belo. Assim, tanto a eliminação das máculas causadoras das doenças, como a reformulação dos métodos agrícolas, são, logicamente, artes. A primeira é a Arte da Vida, e a segunda, a Arte da Agricultura. Acrescentemos, ainda, a construção do Protótipo do Paraíso Terrestre, que é a Arte do Belo. Com a junção das três, construiremos o Mundo da Luz, consubstanciado na trindade Verdade-Bem-Belo. É o Paraíso Terrestre, ou a concretização do Mundo de Miroku.

Alicerce do Paraíso, "Paraíso – Mundo da Arte" – 04/10/1950