quarta-feira, 11 de abril de 2012

“O progresso da sociedade não depende apenas da ciência material. É preciso começar a desenvolver, o quanto antes, a ciência do espírito.” (Nidai-Sama)

untitledDesde os tempos mais remotos é costume dizer: “Se tiveres riqueza consolidada, terás espírito correto”. Isso significa que, quando o homem deixa de passar por dificuldades materiais, suas palavras e atitudes também melhoram. Assim, muito intelectuais interpretam que a carência material é a causa dos males sociais que infestam o mundo atualmente. Em parte, isso é verdade, mas não é o ponto vital do problema. Se essa fosse a verdadeira causa dos males sociais, as pessoas abençoadas materialmente deveriam ser corretas; todavia, a realidade nos mostra que nem todas o são. Existem muitas pessoas ricas que praticam atos ilícitos e às vezes perturbam e prejudicam a sociedade muito mais do que os pobres. Através do poder do dinheiro, apoderam-se de muitas residências e deixam-nas desabitadas, numa época em que estamos passando por séria crise habitacional; alvoroçam a moral; tiram a liberdade dos fracos e indefesos, impedindo-os de subir na vida; corrompem o mundo político; e tantas outras coisas, que chega a se impossível enumerá-las.

Por esse fatos, fica evidente que o aumento dos males sociais não é causado unicamente pela carência material. Conclui-se, daí, que eles provêm da falta de fé, como sempre costumamos dizer. Essa é a sua verdadeira causa. Enquanto não solucionarmos essa questão, será impossível pensarmos na erradicação dos males sociais. A solução básica e incontestável do problema está no aparecimento de uma religião poderosa.

O maior erro que existe no pensamento dos homens civilizados da atualidade é a mania de atribuir ou transferir todas as culpas para terceiros. Creio que a influência do marxismo constitui o centro desse modo de pensar, pois, segundo sua teoria socialista, a infelicidade do homem é causada unicamente pelo péssimo mecanismo da organização social. De fato, torna-se necessário melhorar esse mecanismo, mas é um grande equívoco determinar que esta seja a causa única da infelicidade do homem. Mesmo que se chegue a uma organização ideal, se o modo de pensar e agir de cada indivíduo estiver errado, essa organização não poderá ser administrada com eficiência, e o resultado, infalivelmente, será a bancarrota. Portanto, a única forma de solucionar o problema é melhorar a natureza espiritual de cada indivíduo. Ou seja, deve-se considerar que o homem é o ponto principal, e a organização social, um ponto secundário.

É evidente que esse pensamento errado surgiu das teorias materialistas, que não reconhecem a natureza espiritual do homem. Tenta-se solucionar todos os problemas através dessas teorias e nisso está o grande erro. Como resultado, os homens da época atual julgam que suas próprias palavras e ações são corretas e procuram atribuir a culpa dos males sociais a terceiros. Na realidade, porém, a causa de quase todos esses males está no próprio indivíduo. Se os homens estiverem profundamente conscientizados disso, a humildade e o espírito filantrópico surgirão por si mesmos, nascendo uma sociedade feliz e pacífica. E jamais se conseguirá tal coisa por outro caminho que não seja a Fé.

O pensamento de que a culpa dos males sociais está em terceiros, princípio da revolução socialista – baseado no qual se pretende destruir a organização social, faz com que o povo se rebele, transferindo a culpa à organização, ao invés de assumí-la. Gostaríamos, portanto, que os homens da atualidade, plenamente conscientizados do que estamos dizendo, reconsiderassem os erros cometidos até o presente e começassem tudo de novo.

Alicerce do Paraíso, “O mal social é ou não é causado pelo meio ambiente?” – 25/maio/1949

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