segunda-feira, 20 de setembro de 2010

“Denomino Reino dos Céus na Terra o mundo matéria dotado de completa Verdade, Bem e Belo”

Conforme tenho dito, o Paraíso Terrestre que idealizamos é um mundo de perfeita Verdade, Bem e Belo. Mas gostaria de escrever a respeito com maiores detalhes.

Para seguir a ordem, começarei explicando o que entendemos por Verdade. Evidentemente, referimo-nos à manifestação completa da Verdade, isto é, a própria realidade, autêntica, expressa corretamente, sem o mínimo erro, impureza ou obscuridade. A cultura desenvolvida até o presente vinha confundindo e considerando como Verdade muita coisa que não o era, e por isso muitos conceitos falsos eram tidos como verdadeiros. Entretanto, ninguém percebeu isso, porque obviamente, a cultura era de baixo nível.

Basta observarmos a sociedade atual para percebermos que a maioria dos homens são forçados a trabalhar desde a manhã até a noite para ganhar o pão de cada dia, fazendo-o sem nenhuma parcela de ânimo, alegria e esperança, mas apenas para se manterem vivos. Embora estejam se afogando num lamaçal de preocupações, motivadas pela doença, pelas dificuldades financeiras e pelo medo da guerra, eles insistem em dizer que este mundo em que vivemos é avançado, civilizado. Não obstante, observando com rigorosa imparcialidade, percebemos que quase todos os homens lutam entre si, odeiam-se e entram em choque, tal como os animais, agonizando num redemoinho de insegurança e ansiedade; é como se estivéssemos olhando o próprio inferno. E este é justamente o resultado da cultura de pseudoverdade, à qual me referi há pouco. Os próprios intelectuais não percebem isso e, acreditando tratar-se de um mundo civilizado, continuam a enaltecê-lo. Coitados, são dignos de compaixão...

O mesmo acontece com a doença, por exemplo. Justamente porque a Medicina está em desacordo com a Verdade, todos os lugares estão repletos de pessoas doentes. É tuberculose, é desinteria infecciosa, é meningite, é derrame cerebral, é paralisia infantil, enfim, são inúmeras espécies de doenças. E eis a justificativa que dão para isso: "Antigamente também exisitiam várias enfermidades, só que a Medicina não estava desenvolvida a ponto de descobrí-las; hoje, porém, ela adquiriu essa capacidade". Insistindo sobre o assunto, o que nós desejamos é que o número de doentes diminua e o número de homens saudáveis aumente. Apenas isso. Vejamos.

Os homens contemporâneos temem exageradamente a doença. Por essa razão, as autoridades e os especialistas preocupam-se com a higiene e empenham-se na prevenção das doenças. O mais engraçado nisso é a vacina preventiva: ela mesmo não cura; não passa de simples paliativo. Dessa forma, a Medicina nem ao menos sabe distinguir a cura temporária da cura verdadeira e radical. E, mesmo que soubesse, não adiantaria nada, pois desconhece o método para erradicar a doença. Além do mais, como ignora completamente que ela é uma Providência de Deus para aumentar a saúde, empenha-se tão simplesmente em deter sua marcha, pensando que isso é progresso. Outrossim, por total desconhecimento de que esse método se torna origem da doença – como mostra a realidade – quanto mais a Ciência progride, mais se multiplicam as enfermidades e o número de doentes, diminuindo cada vez mais a resistência física. Por isso, os homens sofrem de cansaço e insônia, não têm persistência, não podem fazer qualquer excesso; casso pratiquem um exercício um poco pesado, acabam sentindo-se "quebrados". Por que? Isso não é incompreensível? A realidade mostra-nos, porém, que, seguindo-se o princípio da doença ensinado pela nossa Igreja e recebendo-se Johrei, as doenças desaparecem e as pessoas tornam-se verdadeiramente saudáveis.

A seguir, escreverei a respeito do Bem, que, evidentemente, é o contrário do Mal. Mas o que é o Mal? Ele é causado pelo ateísmo nascido do pensamento materialista, e o Bem é o seu oposto: nasceu do teísmo. Esta é a Verdade. Entretanto, como a razão da Ciência consiste na negação do teísmo, que é a Verdade, quanto mais ela progride, mas aumenta o Mal; sendo assim, o progresso da cultura não passa de superficial. Dessa forma, reconhecemos os méritos da Ciência, mas não podemos deixar de levar em conta o Mal que ela produz. Sem perceber isso, os homens enaltecem apenas os seus pontos positivos e, elaborando habilidosas teorias para ocultar-lhe os pontos negativos, subjugam as classes dirigentes e levam-nas a concluir que, sem a ciência, nada terá solução. Assim, acabaram por afastar-se da felicidade espiritual.

Em seguida, analizemos o Belo, que também constitui um problema.

De fato, acompanhando o desenvolvimento da cultura, os elementos representativos do Belo multiplicaram-se e, individualmente, estão em nível satisfatório, mas o povo não consegue usufruir deles. Somente uma parte – a classe privilegiada – desfruta de boas roupas, boa alimentação e boas moradias, enquanto a classe popular mal consegue alimentar-se, não tendo condições para pensar no Belo. Talvez isso ocorra apenas no Japão, mas essas pessoas dispõem de alimento simplesmente para matar a fome; de casa, para dormir; de ruas, para passagem e condução, e onde têm de enfrentar os empurra-empurras. Da mesma forma, a sociedade não consegue gozar das belezas naturais, que são dádivas de Deus, tal como as montanhas, as águas, as plantas e as flores, nem das belezas artísticas criadas pelo homem. Assim, não obstante o grande desenvolvimento da civilização, uma vez que toda a humanidade não pode usufruir de tais dádivas, o mundo contemporâneo é realmente o Paraíso dos ricos e o inferno do pobres. A causa disso é a existência de uma grande falha em algum lugar da civilização; quando essa falha for corrigida e a felicidade desfrutada equitativamente, o mundo será de fato civilizado. Essa é a missão da Igreja Messiânica Mundial.

Por tudo que aqui foi exposto, creio que puderam entender o verdadeiro significado da Verdade, do Bem e do Belo, mas o mais importante é o poder de concretizá-los. De nada adiantarão as palavras se elas constituírem apenas um lema pintado num quadro. Todavia, devemos alegrar-nos, pos este sonho tão almejado está para se tornar uma realidade em nosso planeta.

Alicerce do Paraíso – "Verdade, Bem e Belo" – 25/09/53

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