sábado, 29 de janeiro de 2011

“O Reino dos Céus é o mundo do Belo. Os sentimentos de seus habitantes são igualmente belos.”

kyoto 2 Os fiéis da nossa Igreja estão bem cientes de que o objetivo de Deus é a construção de um mundo ideal, de perfeita Verdade, Bem e Belo. Sendo assim, o objetivo de Satanás, Seu antagonista, é obviamente a Falsidade, o Mal e a Fealdade. Falsidade e Mal não necessitam de explicações; portanto, falarei a respeito da Fealdade.

Neste mundo, existem coisas erradas. Há casos, por exemplo, em que a Fealdade se associa à Verdade e ao Bem. Ao ver tais fatos, muitas vezes as pessoas fazem deles alvo de admiração e respeito. Em termos mais claros, desde tempos remotos, não são poucas as pessoass que, comendo e vestindo-se precariamente, morando em cabana, enfim, vivendo uma vida miserável, realizam práticas virtuosas para o bem do próximo e da sociedade. Realmente, se suas condições de vida fossem desfavoráveis, isso seria inevitável para elas poderem sobreviver, mas algumas, mesmo tendo condições para viverem de modo diferente, escolhem espontaneamente tal forma de vida, o que acredito não ser desejável. Entre elas, encontram-se muitos religiosos que escolhem uma vida de abstinência como meio de aprimoramento ahcando ser um meio excelente. Quem vê isso, considera-os pessoas sublimes. Mas para falar a verdade, esse pensamento não é correto, pois se nigligencia um fator importantíssimo, que é o Belo; ou seja, temos Verdade, Bem e Fealdade. Neste sentido, desde que não ultrapassem as condições adequadas a cada indivíduo, as vestes, a alimentação e a moradia do homem devem ser utilizadas da maneira mais bela possível, porque isso está de acordo com Vontade Divina. Além do mais, o Belo não é simplesmente uma satisfação individual, mas também o que causa uma sensação agradável aos outros; assim, podemos dizer que é uma espécie de boa ação Na verdade, quanto mais alto grau de civilização a sociedade alcançar, tudo deverá se tornar mais belo. Pem bem. Na vida dos selvagens não existe quase nenhuma beleza. Por isso, também podemos dizer que o progresso da civilização é, em parte o progresso do Belo.

Naturalmente, a nível individual, os homens também devem procurar mater uma beleza adequada, para causar boa impressão às demais pessoas; sobretudo as mulheres, devem mostrar-se ainda mais belas. Talvez não seja da minha conta falar-lhes semelhantes coisas, mas é a pura verdade; dentro de casa, deve-se sempre ter o cuidado de não deixar teias de aranha no teto, de conservar o assoalho tão limpo que não haja nem um cisco, de arrumar os objetos desagradáveis à vista e deixar os utensílios bem organizados. Assim, tanto os moradores da casa como as visitas sentir-se-ão bem, o sentimento de respeito crescerá naturalmente, e o conceito do chefe da família também se elevará. Devemos, ainda, cuidar do aspecto externo das residências. Mas não é preciso gastar dinheiro com isso; se procurarmos conservar nossa casa sempre limpa e em bom estado exteriormente, não só causaremos uma boa impressão às pessoas que passam pela sua frente, como também contribuiremos para influenciar positivamente o plano de turismo nacional. A esse respeito, existe um comentário sobre a Suíça, o qual, em parte, talvez se justifique pelo tamanho do país. De qualquer forma, dizem que lá, tanto as ruas como as praças públicas são sempre conservadas limpas e por isso a sensação que se tem é realmente a melhor possível. Este é um dos motivos pelos quais o país recebe tantos turistas; portanto, poderíamos tê-lo como exemplo a ser imitado.

As razões expostas mostram que nós, japoneses, também precisamos cultivar o senso do Belo. Através disso, exerceremos boa influência sobre os indivíduos e, em grande escala, muito mais do que pensamos, sobre a sociedade e a Nação. E mais ainda: através desse ambiente belo, os sentimentos dos cidadãos também se tornarão mais belos, e os crimes e os acontecimentos desagradáveis diminuirão, o que, consequentemente, se tornará um dos fatores determinantes do Paraíso Terrestre.

Finalizendo, escreverei a meu respeito. Desde jovem eu gostava de tudo o que dissesse respeito ao Belo. Embora fosse muito pobre, cultivava flores em espaços vazios e, qundo dispunha de tempo, pintava quadros. Sempre que me era possível, visitava museus e exposições. Na primavera, apreciava as flores, e no outono, o bordo. Agora, pela graça de Deus, minha vida se tornou mais afortunada, e, além de apreciar o Belo como desejo, isso constitui uma ajuda para a realização das atividades da Obra Divina. Entretanto, para terceiros, que desconhecem esse fato, minha vida parece exageradamente luxuosa, o que é inevitável. Desde tempos antigos, como sempre digo, os fundadores de religiões faziam a divulgação das doutrinas levando uma vida paupérrima e realizando penitências. Comparando-me com eles, talvez achem minhas atitudes um tanto estranhas, pela grande diferença observada. Na verdade, aqueles religiosos estavam na Era da Noite, e até mesmo a Religião era divulgada em termos infernais. Chegou, porém, a Época de Transição e, atualmente, quando o mundo está para se tornar Dia, a salvação é efetuada num estado paradisíaco, de modo que é necessário refletir profundamente sobre esse ponto.

Por isso, quero falar sobre o comunismo. Dizem que seu objetivo é também a construção do Paraíso Terrestre, mas deixando de lado outros aspectos, principalmente a sua noção do Belo é escassa. Portanto, desde que não adota o Belo, podemos compreender que ele não é verdadeiro.

Alicerce do Paraíso, “ O Paraíso é o Mundo do Belo – 11/07/1951

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