sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

“Para a construção de um mundo pleno de Verdade, Bem e Belo, só há um meio; a prática do Amor e do Bem.” Nidai-Sama

SDC10313 Ninguém ignora que os povos do mundo atual estão submetidos a diversos sofrimentos, tais como guerras, doenças, insegurança, crises políticas e econômicas, etc. Tratarei, aqui, dos itens relacionados, sem me referir – é claro – a este ou àquele país, mas de um modo amplo e geral. Começarei pelos aspectos que constituem problemas mundiais.

Em primeiro lugar, salientarei o problema econômico, por representar um dos motivos de maior preocupação. A crise econômica, que atinge não só o governo, como também o povo, deixa de ser uma novidade, embora a maioria ignore a sua causa. Indubitavelmente, ela surge por influência do mal. Os governos, por exemplo, são prejudicados pelo mau procedimento dos funcionários. Que aconteceria se estes agissem conscienciosamente? Evitar-se-ia o esbanjamento de recursos, pois os funcionários teriam consciência de que tais recursos são provenientes dos impostos, que custaram o suor do povo. O número de funcionários poderia ser reduzido à metade, ou até menos, devido à eficiência do trabalho, motivada pela supressão do desperdício de tempo durante o expediente. A fidelidade dos funcionários no cumprimento dos deveres favoreceria o sucesso de todos os empreendimentos e cativaria a simpatia do público, que, por sua vez, os olharia com respeito, deixando de temê-los ou desprezá-los. Além disso, a extinção dos subornos impediria a prevaricação dos mesmos funcionários, tornando-os dignos da confiança do povo.

Se tudo isso acontecesse, não haveria mais necessidade de fiscalização, nem de processos jurídicos onerosos, resultando em incalculável benefício para a economia do país. Em relação à vida privada, o indivíduo adquiriria mais saúde, uma vida mais confortável e um lar feliz pelo abandono do uso de bebidas alcoólicas e extravagâncias prejudiciais. Notaríamos, ainda, o lucro inesperado que adviria da baixa de todos os preços, pelo desaparecimento das negociatas, muito comum nos empreendimentos.

Realizado o que foi exposto, o governo não necessitaria sequer da metade do presente orçamento, e o povo exultaria de alegria pela redução dos impostos.

O mesmo podemos dizer em relação às empresas particulares. Que sucederia se todos os empregados conseguissem vencer sua má índole? A fiel execução dos serviços dispensaria gastos supérfluos; a astúcia e a fraude tornar-se-iam uma raridade. Por conseguinte, facilitar-se-iam as boas transações, poupar-se-ia tempo, os negócios seriam efetuados em ambiente agradável, haveria aumento de produção e, consequentemente, baixa dos custos e ampla saída dos produtos. No setor da exportação, nos tornaríamos imbatíveis mundialmente. O resultado seria o desaparecimento de conflitos entre empregados e empregadores. O prazer com que todos se dedicariam à produção, à conciliação e a disposição saudável, dariam grande impulso ao serviço, o que, por sua vez, ocasionaria aumento da renda, extinguindo por completo a preocupação com problemas econômicos. As empresas prosperariam, sem dúvida, em ambiente saudável, desaparecendo bajulações e traições entre chefes e subordinados.

No setor político, as pessoas estão conscientes do habilidoso emprego do mal e do pequeno número de membros de partidos que têm por princípio velar pela felicidade do Estado e do povo. Certamente os políticos não deixam de levar em consideração o bem-estar da Nação e do povo, mas a realidade prova que eles são dotados de conceitos egoísticos e fazem tudo em benefício próprio e do partido a que pertencem, tendo por costume atacar as opiniões dos partidos opostos. Esse ataque, de caráter extremamente desprezível, que consiste no simples prazer doentio de criticar, hoje é tido como um ato comum. Nas assembléias, as sátiras, os termos indecorosos, os tumultos, que se convertem em vexame, assim como as agressões, dão a impressão de encontros de bandoleiros.

Vejamos, agora, o que está acontecendo com a sociedade.

Ninguém ignora que a corrupção é geral em todos os setores. É raríssimo encontrar um lar pacífico, pois em todas as famílias fomentam-se os conhecidos conflitos entre casais, entre pais e filhos, etc. Vemos, também, com freqüência, desavenças entre amigos e conhecidos. Ultimamente, os crimes contra parentes próximos entraram em moda, ultrapassando o limite do lamentável e causando terror. Além disso, os jornais estampam, diariamente, invasões domiciliares, assaltos, roubos violentos, fraudes, usurpações, furtos em lojas, ameaças e outros horrores. Em linhas gerais, esse é o aspecto da sociedade; podemos, pois, afirmar que este mundo é um atoleiro de pecados. É conforme disse Buda: “um mundo de sofrimentos”. Portanto, não há exagero em afirmar que a sociedade é constituída pelas vítimas do Mal. Com efeito, entre milhares de pessoas, não existe uma só que possa viver um dia livre de preocupações. Dentre estas, a maior, certamente, é a doença. O medo dos ladrões resolve-se trancando-se as; com saúde, conseguimos livrar-nos da pobreza, porque podemos trabalhar; processos jurídicos são evitados agindo-se com prudência. Mas é impossível evitar doenças e guerras. Uma análise minuciosa, entretanto, esclarece-nos sobre a possibilidade de evitá-las, unicamente através da Religião, já que toda desgraça tem sua origem no Mal.

Alicerce do Paraíso , “O mundo dominado pelo mal” – 17/09/1952

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