domingo, 15 de agosto de 2010

ENSINAMENTOS DA SALVAÇÃO DO MUNDO

"A religião que propicia graças materiais possui a verdadeira força da salvação do mundo."

Modéstia à parte, em nossa Igreja ocorrem maravilhosas Graças Divinas.

Na antiguidade surgiram religiões magníficas, e até hoje isso vem acontecendo. Entre elas, as três mais importantes – o cristianismo, o islamismo e o budismo – e mais algumas já conquistaram suas respectivas posições. A maioria, porém, desde o início, sempre se ocupou unicamente da salvação espiritual.

A Igreja Messiânica Mundial ainda tem pouco tempo de vida, e, comparada com outras, é uma religião pequena. Apesar disso, a rapidez de seu progresso pode ser considerada inédita e está sendo alvo de muita atenção, o que, às vezes, até se torna um problema. Mas isso é um fenômeno transitório, uma das inevitáveis experiências pelas quais temos de passar. É uma questão de tempo; naturalmente, virá o dia em que, por opinião imparcial, será reconhecido seu verdadeiro valor.

Como todas as religiões, nossa Igreja tem seus ideais, seus princípios religiosos, e vem se esforçando para progredir. Vou mostrar os pontos em que ela difere das religiões tradicionais, pois, se não os conhecerem, não conseguirão compreendê-la verdadeiramente.

A grande diferença é que nela ocorrem muitos benefícios materiais. Entretanto, as pessoas que se dizem entendidas no assunto acham que esse tipo de religião é de baixo nível e por isso não lhe dão atenção. Se pensarmos bem, encontraremos uma explicação para essa atitude.

Atualmente, analisando as inúmeras religiões do Japão, constataremos que existem dois tipos: as que são populares e as que não o são. No primeiro caso, por exemplo, a fé está voltada para este ou aquele ídolo ou deus, e seus adeptos – pessoas de baixo nível cultural, que nada entendem de teorias religiosas ou de Filosofia – têm um único objetivo: receber benefícios materiais. Ora, do ponto de vista dos intelectuais, isso é tolice e não merece a mínima atenção. Assim, eles concluem que a busca desses benefícios é própria da Fé de nível inferior. Por outro lado, valorizam as religiões que, não se importando com os benefícios materiais, colocam os princípios religiosos em termos didáticos, dotando-os de inteligentes razões. Se tais religiões tiverem uma longa tradição e durante esse tempo nela tiverem surgido grandes líderes ou sacerdotes de alta virtude, eles a valorizam ainda mais, considerando-as de alto nível. Em síntese, para os intelectuais o que vale é a força do nome e a tradição. A propósito disso, desejo expor minha sincera crítica.

Dos dois tipos de Fé mencionados, o primeiro pode ser de baixo nível, mas a verdade é que ele está atingindo a massa popular mais do que podemos supor. Como as pessoas que o professam têm pouca cultura, não lhes interessam princípios nem teorias; elas vão de vez em quando à Igreja, fazem pedidos de graça, dão uma esmola e se satisfazem com isso. Trata-se de uma fé muito simples, mas é indiscutível que impressiona bem e contribui para mudar o sentimento de outras pessoas. Se essas religiões acreditam no invisível, é porque têm uma visão espiritualista; portanto, elas contribuem de alguma forma para o bem social, mais do que aquelas que estão baseadas num sólido materialismo. Seus seguidores cultivam o bom sentimento de pedir ajuda a Deus, por isso não haverá motivos para que cometam, inescrupulosamente, os crimes horríveis a que ficam sujeitos os materialistas.

Quando ao segundo tipo de fé, diferentemente do primeiro, é seguido por pessoas que, acreditando somente no que vêem, desprezam aqueles que crêem no invisível, considerando-os supersticiosos. Parece que, atualmente, a maioria pertence à classe dos intelectuais. Naturalmente, uma vez que são materialistas, eles acham que devem lidar com as religiões didaticamente; quando discutem o assunto, não ficam satisfeitos se não o colocarem em termos lógicos e filosóficos. Por isso, a nosso ver, suas teses são superficiais, e as críticas que fazem à nossa Igreja não passam de comentários malévolos. Para fazer a verdadeira análise de uma religião, é preciso penetrar nela profundamente, procurando averiguar seu conteúdo com os olhos bem abertos. Deve-se analisá-la livre de conceitos pessoais. Originalmente, a natureza de uma religião não está na sua forma, mas no seu conteúdo. Portanto, é necessário que os intelectuais mudem bastante suas atitudes críticas.

De acordo com o exposto acima, criticar nossa Igreja vendo apenas as aparências externas e classificá-la como religião vulgar por estar centralizada no recebimento de benefícios materiais, é uma grande leviandade ou descortesia. Enquanto se persistir nessa atitude, as críticas não terão nenhum sentido. Se fizerem uma profunda análise da Igreja Messiânica Mundial, compreenderão que ela não só é de caráter popular como teórico. Podemos dizer mesmo que é uma Ultra-Religião, inédita para a humanidade. E não é só isso. O que defendemos não se restringe apenas à Religião. Nosso objetivo é dar a mais alta diretriz ao campo da Medicina, da Agricultura, da Arte, da Educação, da Economia, da Política, enfim, a tudo quanto diz respeito ao homem. Em suma: queremos colocar a teoria em prática, de maneira que a Fé seja vivida no nosso dia-a-dia.

Alicerce do Paraíso, "Benefícios materiais" – 08/11/1950

"Se os ensinamentos que pregamos não apresentarem resultados e milagres, as pessoas não os aceitarão, por mais elevados e profundos que eles sejam."

Seria desnecessário dizer que milagre é o acontecimento de algo considerado impossível, algo que, não coincidindo com a lógica e não se podendo medir com o senso comum, só podemos afirmar que é um mistério.

Mas desde quando existe esse mistério chamado milagre? Temos registrados os milagres de Cristo, os quais são muito conhecidos e dispensam comentários; no Japão, evidenciaram-se, entre outros, o milagre acontecido a Nitiren e os realizados pelos fundadores das Igrejas Tenri-Kyo, Oomoto-Kyo, Konko-Kyo e Hito-no-Miti (atualmente Igreja P.L.). Sabe-se que em vários outros lugares ocorreram pequenos milagres, mas o interessante é que nas mais antigas e abalizadas religiões eles quase não ocorrem. Enquanto seus fundadores estavam vivos, é possível que muitos milagres tenham sido realizados, porém, com o passar do tempo, eles se extinguiram por completo. Por esse motivo, em certas religiões tradicionais, as pessoas de posição elevada precisaram encontrar algo de valor que substituísse os milagres, pela necessidade de fazê-las sobreviver. Como resultado, apareceram as religiões filosóficas, as ciências religiosas, a Teologia e outras formas de estudos sistematizados. Obviamente, elas consideram que o ponto mais importante da Religião é a salvação do espírito, razão pela qual desprezam as graças materiais. Além disso, acrescentam as formalidades tradicionais de cada uma. Assim, vieram mantendo sua existência como organização religiosa. As pessoas conscientes e os povos civilizados não as aceitam, e, não encontrando uma Fé cujo teor os satisfaça, muitos se tornam incrédulos, como vemos atualmente. Torna-se claro, portanto, que a Fé ardentemente desejada pelas pessoas é, antes de mais nada, uma nova Fé, que se tenha despojado das velhas roupagens e cujos princípios sejam racionais e comprovados por provas autênticas.

Existem, no momento, algumas religiões que estão se expandindo muito, como a Narita-no-Fudosson, Toyokawa, Fushimi-Inari, Kompira Gonguen e certas seitas da Religião Nitiren, as quais, indubitavelmente, de certa forma estão sendo úteis à sociedade. Entretanto, elas visam apenas os benefícios materiais, e seus níveis são tão baixos, que não exercem nenhuma atração sobre as pessoas de cultura elevada nem sobre a camada jovem. Em verdade, satisfazem apenas um número limitado de pessoas.

De acordo com o que acabo de expor, podemos dizer que, atualmente, só há duas espécies de Fé no Japão: as religiões teóricas e as religiões práticas, ou seja, as que visam unicamente as graças. Essa é a situação inexpressiva do campo religioso japonês. Portanto, pensando naquilo que as circunstâncias atuais estão exigindo, concluímos que é necessário o aparecimento de uma religião nova e ideal.

A peculiaridade da nossa Igreja é que, através de princípios religiosos, ela formula conceitos inéditos sobre a Teologia, a Ciência e a Filosofia, dando-lhes novas interpretações. Além disso, aponta os defeitos da cultura contemporânea, ensina como deve ser a nova cultura e indica o caminho para a criação da nova civilização mundial. Por conseguinte, podemos dizer que ela está acima da conceituação de uma simples religião.

Uma vez ingressando na Fé Messiânica e analisando-a minuciosamente, a pessoa se surpreenderá com a veracidade do que acabamos de dizer. Tornando-se fiel, compreenderá, também, que uma das grandes características da nossa religião é a ocorrência de muitos milagres. Certamente a História das Religiões não registra nenhuma outra em que eles sejam tão numerosos. Milagre, como já dissemos, é benefício material, por isso não há dúvida de que conseguiremos atingir nosso objetivo: construir um mundo absolutamente isento de doença, pobreza e conflito. Mas não basta lerem o que escrevi; antes de mais nada é necessário conhecerem a Igreja Messiânica Mundial.

Alicerce do Paraíso, "Milagre e Religião" – 05/03/1952

"Ensinamentos verdadeiros são aqueles que desvelam mistérios que a razão é incapaz de desvelar."

Comecei a escrever há mais de dez anos; naturalmente, apenas sobre assuntos relacionados à Fé. Ao contrário de outros fundadores de religiões, procurei eliminar formalidades e palavras difíceis, utilizando uma linguagem que todos pudessem compreender facilmente. Todavia, em matéria de textos religiosos, há um inconveniente. Os oitenta e quatro mil sutras de Sakyamuni, por exemplo, assim como a Bíblia cristã, os mistérios de Shingon, o tan-ni-sho" de Shinran, os textos de Nitiren, o "mikagura-uta" da Tenri-Kyo, o "Ofudessaki" da Oomoto, etc., falando em sentido negativo, todos eles cheiram a religião. De modo geral, as religiões são boa. Entretanto, se por um lado elas possuem o que poderíamos chamar de característica peculiar a toda religião, por outro lado têm um certo mistério que ora julgamos entender, ora nos parece incompreensível, e talvez seja por isso mesmo que elas exercem interpretadas de várias maneiras, dependendo da pessoa, o que facilita a formação de seitas. Além disso, quanto mais adeptos tiver uma religião, mas probabilidade ela terá de subdividir-se. A História nos mostra a luta que travaram entre si essas facções. Assim, não conseguindo captar a essência da Fé, os fiéis sentem freqüentes dúvidas, tornando-se difícil alcançarem a verdadeira paz e iluminação espiritual.

Através dos métodos utilizados até agora, não conseguiremos obter a unificação harmoniosa nem mesmo de uma só religião. Consequentemente, a unificação de todas elas torna-se uma utopia. Esse deve ser, também, o motivo do aparecimento de novas religiões a cada ano que passa. Observando somente o Japão, notamos que a tendência atual é aumentar o número de religiões proporcionalmente ao aumento da população.

Jeová, Deus, Logos, Tentei, Mukyoku, Amaterassu-Ookami, Kunitokotati-no-Mikoto, Cristo, Shaka, Amida e Kannon constituem o alvo da adoração de diversas religiões. Além destes, que são os principais, poderíamos citar Mikoto, Nyorai, Daishi e inúmeros outros. Sem dúvida alguma, não levando em conta Inari, Tengu, Ryujin e mais alguns, que pertencem a crenças inferiores, todos eles são divindades de alto nível. Remontando às origens, é óbvio que só existe um deus verdadeiro, isto é, DEUS. Até hoje, contudo, cada religião se considera mais elevada que as demais, havendo, também, certa dose de discriminação entre elas. Dessa forma, é impossível promover-se a união de todas. Apesar disso, o objetivo final de todas as religiões é o mesmo; não há uma sequer que não deseje o Céu e o Paraíso neste mundo, ou melhor, a concretização do Mundo Ideal, um mundo onde todas as criaturas sejam felizes.

Mas o que é preciso para que esse mundo se concretize?

É preciso que surja uma religião universal, que englobe o mundo inteiro. Deverá ter as características de uma Ultra-Religião, ser tão grandiosa que toda a humanidade possa crer nela incondicionalmente. Não quero dizer que essa religião seja a Igreja Messiânica Mundial, mas a missão de nossa Igreja é ensinar o meio que possibilitará a realização do Mundo Ideal, ou seja, mostrar como elaborar o plano, o projeto para a construção desse mundo. Na medida em que aumentar em cada país o número de intelectos conscientes disso, estaremos marchando passo a passo para atingir nosso objetivo.

Em síntese, será a concretização da Verdade. Através dela, todos os erros se tornarão claros e serão corrigidos, surgindo o Mundo de Luz, claro e límpido. Naturalmente, a humanidade se libertará do Mal; o Bem que estava subjugado por ele, triunfará, e o homem alcançará a felicidade. Portanto, em primeiro lugar, é fundamental que a Verdade seja conhecida pelas pessoas do mundo inteiro. Então, as pessoas poderão afirmar: "Desde os tempos antigos, todos os grandes homens vieram ensinando a Verdade". E talvez dirão: "Para que, a essas alturas, há necessidade de fazer isso?" Entretanto, isto é um problema, pois, se a Verdade tivesse sido revelada, ela teria se manifestado concretamente, e o mundo paradisíaco ou teria se concretizado ou estaria prestes a sê-lo , porém não há qualquer indício disso. Realmente podemos dizer que estamos nos aproximando passo a passo do Paraíso, mas por outro lado, justamente o contrário. Se a situação continuar como está, não sabemos e nem temos idéia de quando será concretizado verdadeiramente o mundo paradisíaco. Sendo assim, poderão se conscientizar de que aquilo que até agora acreditávamos ser Verdade, na realidade não era.

Como melhor prova do que dizemos, basta observar a situação do mundo. Tudo está por demais distante do Paraíso; a doença, o maior sofrimento do homem, não diminui; a pobreza, que representa um sofrimento na vida, continua; o conflito entre os indivíduos e de âmbito nacional, isto é, a guerra, também é um fato real. Isto é a prova de que a Verdade não está sendo praticada de forma alguma. Aquilo que até agora se pensava se Verdade, na realidade era inverdade; portanto, não sendo útil, tornava-se até mesmo uma interferência na construção do Paraíso. Todavia, chegou finalmente o momento em que Deus, através da minha pessoa, esclarece a Verdade a toda a humanidade. Esse é o motivo do aparecimento da nossa Igreja. Por conseguinte, os textos que eu escrevo, são ordenados por Deus, para que sejam compreendidos por todos.

Tudo o que eu escrevi até agora são Verdades. Espelhando-me na Verdade, vou revelar os erros da inverdade e ensinar a forma de corrigi-los. Mostrarei a distinção entre a Verdade e a inverdade, e, mais do que isso, vou mostrá-la baseado na realidade. Isso vem a ser o já referido tratamento através do Johrei, o cultivo natural, a elevação da Arte e a construção do protótipo do Paraíso Terrestre.

Dessa maneira, o empreendimento que agora estou realizando – um grande esforço para revelar a Verdade através de explanações escritas – constitui uma fase importantíssima para a concretização desse mundo.

Alicerce do Paraíso, "Eu escrevo a Verdade" – 25/09/1951

"Ensinamentos desprovidos de senso comum não conseguem salvar toda a humanidade."

Para que a Fé seja autêntica, ela deve ser professada sem ferir o bom senso. Palavras e atos excêntricos devem ser vistos com desconfiança; entretanto, as pessoas geralmente dão muito crédito a tais coisas.

É preciso muita cautela. Religiões egocêntricas, fechadas, que não mantêm ralações com outras e que se isolam socialmente, também não são dignas de confiança. A Fé é verdadeira quando não prejudica a lucidez e, aomesmo tempo, desenvolve a consciência de que sua missão é salvar a humanidade. Jamais pode ser egoística ou fechada em si mesma.

O Japão é exemplo típico do que aqui se condena: sofreu amarga derrota na Segunda Guerra Mundial porque visava apenas o seu próprio bem, ficando indiferente à sorte dos países vizinhos.

A formação de homens perfeitos é um dos propósitos da Fé. Evidentemente, não se pode exigir a perfeição do mundo, mas o esforço para consegui-la passo a passo deve ser a verdadeira atitude religiosa.

A consolidação da Fé faz com que a pessoa assuma uma aparência comum. Isto significa que ela se identificou plenamente com a Fé. Chega a tal ponto, que seus atos ou palavras jamais ferem o bom senso. Sempre inspira simpatia, sem dar indícios da religião a que pertence. No seu contato com os outros, assemelha-se à suave brisa da primavera. Suas maneiras são afáveis, modestas e gentis. Deseja crescente bem ao próximo e trabalha em favor do bem-estar da comunidade.

Sempre afirmei e continuo afirmando: quem deseja ser feliz, deve primeiramente tornar feliz seus semelhantes, pois a Divina recompensa que disto provém, será a Verdadeira Felicidade. Buscar a própria felicidade com o sacrifício alheio, é criar infelicidade para si mesmo.

Alicerce do Paraíso, "Bom Senso" – 25/01/1949

"Ensinamentos que dão vida a outras religiões, são ensinamentos proclamados pelo Deus da Salvação."

(...) Começarei por explicar o significado da forma () ("su"). Como se pode ver é uma circunferência com um ponto bem no centro. Se fosse apenas isso, não teria um significado muito importante; entretanto, nada é tão significativo.

A circunferência expressa a forma de todas as coisas no Universo. A Terra, o Sol, a Lua e até mesmo os espíritos desencarnados e as divindades tomam esse formato para se moverem de um lugar para outro. Isso está bem comprovado pela conhecida expressão "Bola de Fogo". A "Bola de Fogo" das divindades é uma esfera de luz; a dos espíritos humanos desencarnados não possui luz, é apenas algo embaçado ou desfocado, de cor amarela ou branca. Tratando-se de espírito masculino, é amarela, e de espírito feminino, branca, correspondendo respectivamente ao Sol e à Lua.

Mas vamos ao mais importante. Naturalmente, este mundo também tem o formato circular; mas não passa de um círculo, pois o seu interior está vazio. No caso do ser humano, significa não ter alma; assim, colocar-lhe um ponto no centro, ou seja, colocar-lhe alma, é torná-lo um ser vivente. Só dessa maneira, ele pode desempenhar atividades. Por conseguinte, a circunferência com um ponto no centro simboliza uma forma vazia na qual se pôs alma. Isso equivale à expressão "colocar espírito", usada pelos pintores antigos. Com base no que acabamos de dizes, podermos afirmar que até agora o mundo era vazio, não possuía alma. Eis,portanto, o que significa "Cultura Superficial", sobre a qual já escrevi em outra oportunidade.

A prova do princípio exposto acima evidencia-se em todos os setores da cultura. O tratamento alopático das doenças, como sempre digo, também é uma manifestação desse princípio. As dores e a coceira são adormecidas por meio da aplicação de injeções ou de remédios passados no local; a febre baixa-se com gelo, corta-se, também a purificação tomando-se remédios. Dessa forma, o doente livra-se dos sofrimentos durante algum tempo, mas, como não se atingiu a raiz da doença, a cura completa é impossível; como o tempo, a doença retorna. Em verdade, o que acontece é apenas o seu adiantamento. Sendo assim, também a causa das enfermidades está na alma, porém até agora não se compreendeu isso.

O mesmo se verifica em relação a outros males, como os crimes, por exemplos. Atualmente, eles são evitados de uma só maneira: fazendo-se o criminoso cumprir uma pena dolorosa. Trata-se de um processo idêntico ao tratamento alopático empregado pela Medicina. Por isso é que, quando alguém comete um crime, geralmente vem a cometer outros. Existe quem pratique dezenas deles, e até mesmo quem os cometa a vida inteira, passando mais tempo preso do que em liberdade. A causa disto está na falta do ponto, ou seja, da alma.

Sobre a guerra pode-se dizer a mesma coisa. Aumentando o poderio militar, o inimigo sentirá que não tem condições de vencer e desistirá da luta por algum tempo. Mas isso não passa de um meio de adiar a guerra; a História tem demonstrado que um dia, inevitavelmente, ela recomeçará. Assim, podemos entender que a cultura existente até agora era apenas uma circunferência sem um ponto no centro.

Eu sempre falo sobre a teoria dos noventa e nove por cento e do um por cento. Se uma circunferência entrar um ponto, significa que por meio de um por cento modificam-se noventa e nove por cento. Em outras palavras, representa destruir noventa e nove por cento do Mal com a força de um por cento do Bem. Seria o mesmo que tornar branca uma circunferência preta unicamente com a força desse um por cento. Relacionando isso ao mundo, significa colocar conteúdo, ou melhor, colocar alma numa civilização vazia. Assim, estamos vivificando a civilização que até agora só apresenta forma, como se fosse um objeto inerte. É o nascimento de um novo mundo.

Alicerce do Paraíso, "A Cultura de Su" – 10/09/1952

"Através do poder de Deus, rompamos o cárcere da superstição criado pela ciência material."

Este livro é uma bomba em relação à Ciência. São escritos iluministas referentes à humanidade e também o Evangelho da salvação do mundo. Vou agora explicar essa teoria e, ao mesmo tempo, como endosso, entre inúmeros milagres ocorridos na Igreja Messiânica Mundial, foram escolhidas e estão aqui publicadas cento e vinte experiências de fé. Como todas elas vão muito além da realidade, os leitores não conseguirão acreditar de imediato. Isso porque, no passado e no presente, milagres maravilhosos como esses ainda não tinham acontecido. Todos sabem que, desde os tempos antigos os milagres acompanham a Religião, mas, mesmo olhando com esses olhos, as pessoas dificilmente conseguem aceitar os milagres de nossa Igreja e também argumentar sobre eles. Além disso, todas essas experiências foram escritas pelos próprios agraciados, não havendo, assim, nenhuma dúvida. Nem é preciso dizer que, no Japão, e também no exterior, não existem exemplos semelhantes. Considerando motivo de orgulho para o Japão esse fato sem precedentes, eu me sinto na obrigação de propagá-lo o quanto antes ao mundo inteiro.

O fato a que nos referimos, constitui, sem dúvida, a grande maravilha da segunda metade do século XX, jamais imaginada por toda a humanidade. Se ela está sendo realizada através de mim, um ser humano, podemos dizer que é realmente um mistério que vai além do mistério. Não há dúvida de que é preciso ver aí um profundo significado, cuja raiz se baseia no profundo Plano de Deus Supremo, o superintendente do Universo. A causa dessa ocorrência é a existência de um grande erro na civilização contemporânea, o qual representa um forte empecilho para o progresso da cultura. A prova é que, apesar da cultura ter progredido tanto, o maior desejo do homem, que é a felicidade, não acompanhou esse progresso; pelo contrário, a infelicidade tende a se tornar cada vez mais profunda, esta é a verdade. Mas de que erro estamos falando? É, certamente, o erro do princípio da supremacia da Ciência. O homem moderno acredita que qualquer problema pode ser solucionado através da Ciência. E muito mais do que superestimação da Ciência, podemos dizer que ele caiu no abismo da superstição da Ciência. Atingido tal ponto, Deus irá destruir completamente essa superstição. Objetivando a construção de um mundo verdadeiramente civilizado, Ele começou a trabalhar diretamente, tendo o homem como intermediário, e isso também é realmente uma providência do tempo. A causa da superstição a que nos referimos é o pensamento, absolutamente materialista, de acreditar naquilo que se vê e não acreditar naquilo que não se vê. Portanto, para corrigir esse modo de pensar, é preciso todo empenho no sentido de que o homem tome consciência da realidade do espírito, até hoje considerado inexistente, e compreenda que, em tudo, o espírito é principal e a matéria é secundária.

Quero dizer também que, se a Ciência materialista fosse a Verdade, com o seu progresso, o sofrimento da humanidade deveria diminuir aos poucos e, na mesma proporção, a felicidade deveria aumentar, não acham? Entretanto, qual é a realidade? O progresso material é de fato magnífico: metrópoles culturais deslumbrantes, facilidade de transporte, modo de vida adiantado, tudo mecanizado, etc. Materialmente, não há dúvida de que a felicidade aumentou, mas a felicidade espiritual, que é importante, não passa de zero. Olhando sob esse prisma, fica bem evidente o erro da civilização contemporânea.

Mas o erro de que estou falando também faz parte do profundo Plano do Supremo Deus, e até hoje estava bem assim. Isso porque, para construir o Mundo Ideal, que é o objetivo de Deus, era preciso, primeiro, como preparação, desenvolver até certo ponto a cultura materialista. E a história da humanidade até hoje, cheia de guerras e de paz, de ascensão e decadência, também se explica dessa forma. Assim, a época da cultura materialista chega ao seu fim; ao mesmo tempo, é chegada a época da ascensão inesperada da cultura espiritualista. E as duas culturas, a materialista e a espiritualista, irão caminhar com os passos alinhados, concretizando-se a era da Verdadeira Civilização. Em outras palavras, é também a união da Religião com a Ciência. Para tanto, a questão prioritária é fazer com que se tome consciência da existência real do espírito. Deus mostra o milagre como método para essa tomada de consciência. Eu fui escolhido para desempenhar tal função, e, naturalmente, recebi força para realizar milagres. Em relação aos milagres, entre inúmeras religiões existentes desde tempos antigos, parecem-me especialmente marcantes os milagres de Cristo, ainda hoje famosos. Ele devolveu a visão a um cego, fez um aleijado andar, expulsou o demônio de uma pessoa má, e outros milagres. A maioria dos milagres contidos na nossa coletânea são quase iguais aos de Cristo, e alguns até superiores, podendo ser resumidos numa só palavra: espantosos! Além disso, todos eles foram manifestados por meus discípulos, o que, falando honestamente, é um acontecimento que pode virar a História.

A famosa expressão de Cristo, "Fim do Mundo", refere-se ao fim da época da cultura materialista, e a profecia "O Reino dos Céus está próximo", nem é preciso dizer, refere-se à época de uma cultura elevada, que progride rapidamente, ao nascimento iminente de um mundo de Verdadeira Civilização. Nessa grande transição do mundo, Deus irá manifestar milagres sem precedentes, realizando uma revolução cultural de âmbito mundial. Aqueles que acreditam nisso, serão pessoas felizes na Nova Era.

Gostaria de escrever muito mais, mas este livro ficaria puramente religioso, por isso vou parar por aqui. O leitor deve gravar bem o significado das minhas palavras e ler atentamente. Ao mesmo tempo, ele deve abandonar a visão da nossa Igreja como religião tradicional e olhá-la como uma Ultra-Religião.

Jornal Eiko no 202, Prefácio da Coletânea de milagres da I.M.M. – 01/01/1953

Nenhum comentário:

Postar um comentário