domingo, 15 de abril de 2012

“Neste mundo, aumenta cada vez mais o número de homens astutos. Escasseiam, porém, os homens possuidores da verdadeira inteligência.”

mão de luz(…) Analisemos mais profundamente. O ensino tradicional foi sedimentando-se através dos anos, mas o progresso cultural faz com que ele se dissocie dessa forma estática numa rapidez incrível. Um dia destes, ouvi do presidente de uma empresa o seguinte comentário: “Embora seja muito inteligente, uma pessoa que saiu da universidade há mais de dez anos não consegue situar-se, em face dos problemas reais do presente. Isso acontece por não haver correspondência entre o que ela aprendeu naquela época e o tempo atual, especialmente no que se refere aos técnicos.” Essas palavras vêm ao encontro daquilo que eu explanava, porque, pela sua própria natureza, os conteúdos das matérias estudadas devem se referir à época do estudo, mas, se eles não acompanharem o progresso cultural, fatalmente o estudo perderá sua validade. Exemplifiquemos.

Dizem que os políticos contemporâneos tornaram-se muito “pequenos”, o que significa dizer que é difícil encontrar políticos de grande envergadura. Os ministros de hoje não são nada hábeis; o máximo que eles conseguem é resolver problemas do momento. Isso ocorre porque na atualidade, os estadistas de nível ministerial são formados pelas Universidades Federais e deixam-se levar facilmente pelas velhas teorias aprendidas. Racionais em tudo, eles não sabem que existe algo além da lógica. É a mesma coisa que utilizar o cavalo como meio de transporte numa rodovia, ou aprender a dirigir charrete ao invés de carro.

O estudo destina-se ao desenvolvimento do cérebro humano. É para edificar uma base, como se fosse o alicerce de uma casa. Sobre essa base, precisamos fazer uma nova construção, ou seja, utilizar o estudo, desenvolvê-lo e com ele criar coisas novas. Isso significa ajustar os passos ao contínuo progresso cultural. E não é só isso. O verdadeiro estudo vivo é aquele que avança ainda mais, desempenhando a função de orientar a cultura. (…)

Alicerce do Paraíso, “Inadequação do estudo” – 25/junho/1949

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