sábado, 31 de julho de 2010

O SALVADOR

"Sou homem e não sou homem. Sou Deus e não sou Deus. Fico a refletir sobre mim mesmo..."

Desde os tempos antigos, muito, muito se tem falado sobre pessoas que vivem em estado de perfeita união com Deus, mas creio que jamais existiu alguém que realmente tivesse vivido nesse estado. De fato, os três religiosos – Sakyamuni, Jesus Cristo e Maoné – pareciam unos com Deus, mas em verdade, eram apenas mensageiros de Deus. Dessa forma, não se sabia fazer diferença entre uma pessoa em estado de união com Deus e um mensageiro de Deus.

Os mensageiros de Deus atuam através de encosto ou seguindo as determinações de Deus ou seguindo as determinações divinas. Por esse motivo, sempre rezam a Deus e pedem Sua proteção. Eu, porém, não faço nada disso. Como os fiéis sabem, não oro a Deus nem lhe peço orientação. Basta-me agir de acordo com a minha própria vontade, o que é muito fácil. Visto que poderão estranhar o que estou dizendo, por ser algo inédito, explanarei apenas os pontos que não acarretam nenhum problema.

Como sempre digo, há uma Bola de Luz em meu ventre. Essa Bola é o Espírito de Deus, de modo que Ele mesmo maneja livremente meus atos, minhas palavras, tudo. Ou seja: em mim não há distinção entre Deus e o homem. Este é o verdadeiro Estado de União com Deus. Como o Espírito Divino que habita o meu ser é o mais elevado, não existindo nenhum deus superior a este, não faz sentido reverenciar outros deuses. A melhor prova são os milagres manifestados diariamente pelos fiéis. Ora, se até os meus discípulos evidenciam milagres que não são inferiores aos manifestados por Cristo, poder-se-á, através desse único fato, imaginar a minha hierarquia divina.

Acrescente-se, ainda, que todos os religiosos existentes até agora previram a concretização de um mundo paradisíaco, mas não disseram que seriam eles os construtores desse mundo. Isso porque seu nível divino era inferior, e seu poder, insuficiente. Mas eu afirmo que o Paraíso Terrestre, mundo sem doença, pobreza e conflito, será construído por mim. Daqui para a frente evidenciarei inúmeras realizações surpreendentes,nunca vistas até agora, e por isso gostaria de que as observassem com muita atenção. Surgirão inúmeras ocorrências inconcebíveis em termos de realização humana.

Jornal Eiko no 155, "Estado de união com Deus" – 07/05/1952

Venho para cumprir uma grande missão. Devo empenhar-me, com todas as minhas forças, na salvação do mundo."

(...) Pensando bem sobre a minha pessoa, eu me pergunto: "Para que nasci e por que sou diferente das pessoas em geral?" Vou explicar isso a seguir.

Fundei uma religião denominada Igreja Messiânica Mundial e estou me empenhando em salvar a humanidade e construir um mundo feliz. O rápido desenvolvimento da nossa Igreja também é uma exceção. E também é inédita uma religião como a nossa, que cura radicalmente as doenças. Realmente, podemos considerá-la o mistério do século.Observando-se apenas esse aspecto, verifica-se que aí deve existir algo grandioso. Uma prova disso são as experiências de fé. Quando lemos essas experiências pensando nas pessoas que foram salvas e na sua transbordante gratidão e emoção, não conseguimos ler sem derramar lágrimas.

Mas eu quero escrever sobre a minha pessoa de outro ângulo. Como falei anteriormente, desde o meu nascimento até mais ou menos a meia-idade, eu era uma pessoa comum, sem qualquer diferença em relação às demais. Após atingir a meia-idade, perseguido por condições adversas, senti-me perdido no mundo, tornando-me totalmente incrédulo, e por essa razão comecei a buscar a Fé. Filiei-me á Religião Oomoto e, depois de considerável aprimoramento, consegui apreender a essência de Deus.

Desde épocas antigas dizem que, mesmo dedicando toda a vida a esse objetivo, é impossível o homem atingir tal estado; entretanto, eu o consegui em curto espaço de tempo, o que se pode considerar um fato inédito. A partir de então, ao mesmo tempo em que, com renovado ardor, conscientizei-me da missão recebida do Altíssimo, surgiram subseqüentes milagres. Com isso, minha incredulidade desapareceu e minha maneira de pensar ampliou-se de forma surpreendente. Tornei-me, no entanto, possuidor de um sentimento pequeno, limitado. Resumindo, posso dizer que, se por um lado sou tímido, por outro lado sou audacioso. Meu lado audacioso poderá ser identificado nas minhas aspirações e realizações concretas; o lado tímido, na vergonha que eu sentia ao falar perante um grande número de pessoas. Eu próprio achava isso estranho; hoje, já estou mais habituado e consigo falar abertamente tudo aquilo que desejo.

Também sinto um grande ódio contra as injustiças. Quanto mais injustiça é uma pessoa, maior é minha convicção: "Tenho de vencê-la de qualquer forma". Como exemplo, há quatorze anos venho lutando na Justiça com o problema de um terreno. Meu contestante, tomado de impaciência, já me propôs solução amigável por três vezes, mas, por ele não demonstrar nenhum arrependimento pelo que fez, rejeitei sua proposta. Consequentemente, quem está em apuros agora é o juiz, que procura uma solução amistosa. Outro exemplo: Certa vez entrei com uma ação judicial contra um jornal de renome. Na ocasião, muitas pessoas me aconselharam a não fazê-lo, pois a luta contra uma grande empresa jornalística poderia resultar em prejuízos. Mas eu não cedi um passo sequer e, como deve ser do conhecimento de todos, batalhei através de nosso Jornal Hikari. Se é por justiça, eu luto até mesmo contra o mundo.

Discorri acima sobre o meu ponto forte, mas também desejo falar sobre meus pontos fracos. Quando alguém me pede ajuda, desde que esse pedido seja algo correto, não consigo recusar. Também não consigo ficar indiferente ao ver uma pessoa sofrendo. Em relação aos pontos errados do mundo, ao mesmo tempo que sito indignação, faço todo o empenho para que haja, o quanto antes, uma transformação positiva. A prova disso é que, na ânsia de diminuir ao máximo os sofrimentos do mundo, venho prevenindo constantemente a humanidade, sobretudo apontando os erros da Medicina. Sempre senti prazer – como se fosse um "hobby" – em procurar alegrar, ajudar, desejar felicidade e dar tranqüilidade e esperança ao próximo. Isto acontece porque, de certa forma, o pensamento das outras pessoas se reflete em mim e, quando elas expõem seus problemas e sofrimentos, eu sofro também.

Estendi-me um pouco nesse tema, mas agora vou entrar no assunto que me propus tratar.

A minha missão torna-se clara ao se observar os diversos pontos em que meu pensamento diverge do pensamento das outras pessoas. Atualmente caminhamos voltados para a salvação da humanidade, mas nosso objetivo final é criar uma Nova Civilização. Explicando de forma mais simples, a expressão "Nova Civilização" refere-se a uma civilização espiritualista, alicerçada na Religião, isto é, refere-se ao grande desenvolvimento da civilização religiosa em relação à civilização material. Será a substituição da civilização material, que está criando infelicidade, pela civilização religiosa, que gera felicidade; será a implantação de uma religião poderosa, que saiba aproveitar ao máximo a civilização material, cujo progresso é muito grande; será, também, a transformação da Civilização do Mal na Civilização do Bem. Concretizado isso, entrar-se-á numa Era de Ouro, de perfeita harmonia, consubstanciada na Verdade, no Bem e no Belo, e surgirá um mundo paradisíaco, muito além da nossa imaginação.

Embora eu afirme o advento de um mundo paradisíaco, trata-se de uma tarefa árdua, já que a humanidade veio alimentando esse ideal por longo tempo, mas ainda não havia aparecido quem o realizasse. E a razão é o fator tempo. Entretanto, para alegria de todos, finalmente chegou o momento tão esperado, e Deus, confiando essa grande missão a um simples ser humano como eu, fez-me nascer neste mundo. Por conseguinte, quem entendeu o fato acima não poderá deixar de acreditar na absoluta viabilidade da concretização do Paraíso Terrestre.

Não tenho a mínima intenção de fazer propaganda da minha importância; basta que tenham conhecimento da realidade da pessoa. Se, através disso, aumentar o número de pessoas que acreditam na viabilidade da concretização do Paraíso Terrestre, maior será a expansão do Grande Amor Divino e, consequentemente, estará multiplicado o número de criaturas que serão salvas.

Como vimos, está prestes a desaparecer o Mundo do Mal, e o alvorecer do Mundo do Bem é uma realidade incontestável. Há milhares de anos Deus vinha preparando a grande transição para estabelecer esse Mundo Ideal. Podemos, portanto, dizer que é um plano histórico, isto é, a profecia de Cristo "O Reino dos Céus está próximo" e a sua advertência "Tem Fé e serás salvo" referem-se a esse acontecimento. Assim, que vem a ser este ensinamento senão o Evangelho do Paraíso?

"Era da Civilização Religiosa, vol.1" – 08/08/1951

"Era da Civilização Religiosa, vol.2" – 15/08/1951

"Já passei por muitas atribulações. Houve momentos em que me vi sob águas escaldantes e, outras vezes, sobre tênues camadas de gelo."

(...) Completar trinta e oito anos, para mim, foi também o meu segundo nascimento. A partir de então, inesperadamente, ingressei na vida religiosa e, pela primeira vez, soube da missão confiada a mim pelos Céus. Após tornar-me religioso, passei por grandes sofrimentos, mas, por outro lado, também tive grandes alegrias. Tal como diz o ditado: "A tristeza e a alegria vêm alternadamente". Assim, consegui percorrer até aqui a minha vida. Naturalmente, consegui alcançar o estado de 'Kenshinjitsu' (Estado de Suprema Iluminação Espiritual), que Sakyamuni atingiu aos setenta e dois anos, e pude conhecer a existência de Deus dos mundos Divino, Espiritual e Material, o significado fundamental da vida e da morte, a tendência do mundo no passado, presente e futuro, o significado da vida, etc. Minha alegria foi tão imensurável. Acho que foi bem maior que a alegria sentida por Dharma quando alcançou a Suprema Sabedoria, na noite que reverenciou a lua cheia, após ficar sentado contra uma parede durante nove anos, oito meses e quinze dias.

É do conhecimento de todos que, em princípio, os fundadores de religiões, desde os tempos antigos, têm manifestado muitos milagres. Eu, também cheguei aos dias de hoje vivendo uma vida religiosa de contínuos milagres, extremamente misteriosos e profundos. Entretanto, desejo ressaltar, em especial, que, de acordo com os dados, comparando-me aos fundadores das religiões que até hoje surgiram, eu sou muito diferente em todos os sentidos. Dentre eles, o ponto mais evidente é a inexistência de qualquer diferença entre mim e as pessoas comuns no que se refere a maneira de vida, e isto, as pessoas têm dito com freqüência. Dessa maneira, tenho sempre como princípio o senso comum, talvez por detestar as condutas excêntricas. Também crio que não há pessoa de caráter tão multilateral como eu; ninguém que, apesar de ser religioso, tenha tanto interesse por quase todas as coisas da vida, tais como Política, Economia, Arte, Educação, etc. Sinto que isso é realmente uma grande felicidade; portanto, é constante a minha gratidão a Deus. (...)

Coletânea Série Jikan vol.9, Prefácio do livro "Caminha para a Luz" – 30/12/1949

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